25 novembro, 2010

Forte vento fortalecedor.

  Não me chame de poeta se eu um dia vier a escrever poesia, não me chame de cantor se me ver por aí cantando músicas boas, não me chame de artista se grito qualquer frase exageradamente, não me chame de palhaço pelo pequeno tropeço que dei na esquina, não me chame de mímico quando eu não souber me expressar. Me chame de humano, pois é isso que eu sou. E humanos fazem de tudo, inclusive rir e errar.


  Nunca foi hora para acontecer. Eu apenas imaginava que seria assim. Talvez não assim, mas parecido com o que foi. Confuso? É exatamente disso que estou falando. De algo sem nexo, sem explicação. Não é o amor mas eu amo. Não é o sexo mas me dá prazer. Não é você mas eu gosto. É minha vida. Agora está explicado?
  Foi como o vento quando trás as folhas aos nossos pés que o destino apareceu e mudou tudo. A folha que estava ali logo iria ser esquecida e mais em breve trocaria de cor. Talvez pela pouca atenção que tivesse recebido em sua existência ou pelo peso, que mesmo sendo leve o próprio corpo não aguentou. Mas suas colegas ficaram fortes, e não se renderam a gravidade mesmo com o vento pedindo para que elas caíssem. Aliás, o vento está apenas ali cumprindo uma de suas outras funções enquanto refresca o meu corpo.
  Ok. Talvez agora tenha ficado mais confuso. Eu estava falando da vida. É que minha vida é assim, como tudo isso. Se tudo nela está mal, eu fico mal. E a todo momento existe algo que com muita força tenta antecipar o fim. Eu penso e repenso se vale a pena, e agarro bem firme no galho. Este vento passa, até chegar outra vez. Mas eu prefiro deixar que a própria natureza me leve, e que leve tarde com meus pensamentos leves.
  Até que quando me deparo estou com um sorriso no rosto. Venci aquilo que queria me derrubar.
  Tudo fica mais claro agora? Provavelmente não. Mas é assim que eu sou, e tudo que acontece ao acaso me fortalece e me mostra que depois de tudo que passar eu ainda serei o mesmo, mas cada vez mais forte.