Sobrepondo-se: a razão.

- Eu preciso conhecer alguém que me mostre o valor da vida. Guie os meus trajetos para que eu entenda o sentido de viver neste mundo egoísta. Não quero que me paguem psicólogos ou me levem para padres, eles têm um campo de visão quadrado, não querem saber do outro lado da moeda. Eu quero entender todos, todos os lados e pontos de vista.

- Conheci a pouco e posso apresentar-te um menino inteligente, com belas mãos e um coração intenso de generosidade. Ele, quando reencontra alguém especial tem medo de abraça-lo simplesmente pelo fato de questionar se um abraço seria agradável para ambos. Este menino é branco, tem seus olhos claros como o céu e a sua pele é diferente dos demais meninos que conheci. O seu olhar é perdido no espaço e os seus sonhos, quando ele consegue pô-los afora, são simplesmente sensacionais e corajosos. Quero mostrar-te as opiniões adultas deste rapazinho e os esforços que ele tem feito para chegar aos pés daqueles a quem admira. Parte dos seus sonhos é impossível a meu ver, mas todo sonho tem sua fantasia. Quero apresentar-te porque por alguns momentos, segundos, pude conversar com ele e acredito que muita gente precisa conhecê-lo.

- Por que é que as pessoas precisam tanto saber uma definição para a vida? Não basta viver? Talvez por isso alguns pouco se importam, levam a vida conforme lhes ensinaram e... e... vivem!

- Não é esta a questão. No meu ponto de vista pensar e refletir são fatos necessários por que estamos de passagem em um mundo que precisa evoluir. Voltando ao menino, com muito medo perguntei-lhe seu nome. Respondeu-me apontando para uma casinha de madeira na esquina “Márcio. Nome de rico, não é, tio? Eu vou morar ali.”

- Então é questão de generosidade? Seremos como Galileu Galilei, sofreremos neste mundo para deixar as gerações futuras contentes e ingratas. Excelente! Vamos pensar em uma fórmula secreta e descobri-la dois mil e treze anos depois... depois de Cristo.

- Ingrata? Mesmo se pensarmos que as pessoas e o tempo são relativos? Este papo poderia ir longe, mas vamos encerrar com uma saideira?

- Se esta saideira for relativa...