09 setembro, 2014

Campo de Guerra


Acompanhamento para a leitura:
MAGIC! - Rude


Qual motivo me fez buscar justo em você a perfeição? O eu mais primoroso e dinâmico pôs-se a fora engolindo o choro. Como o ego pôde enxugar as suas lágrimas? Faz sentido que eu conheça-o tão bem visto que só a mim ele coloque-se à prova. Não reconheço minhas certezas e ponho em cheque as dúvidas.

Quem sou agora? Pó.

Sopre-me longe. Seja um vento útil e afaste-me para mostrar a sua razão. Faça-me adoecer, acomode-me no mundo. Deixe-me perdido com cada partícula em uma direção.

Poeira não chora, vira bolor e perturba. Mantém-se inútil, mas incômoda.

O vento reage, é brisa e refresca. Leva consigo o que quer e tem poder para derrubar qualquer um. Porém não possui glória, não encontra repouso e não cessa.

A vitória é de quem persiste, mas nunca de quem entra em guerra. Bata o pó da sua bandeira e erga o mastro ao vento. Rendemo-nos os dois. Rendo-me eu.