15 março, 2015

“Pode falar que eu não ligo,
Agora, amigo,
Eu tô em outra,
Eu tô ficando velha,
Eu tô ficando louca."

Hoje, o foco é você.

Em uma escada, sozinha e tímida.

Eu sabia que te conhecia de algum lugar, quando descobri que sempre estivemos juntos. As nossas vidas se cruzaram várias vezes e não poderia haver lugar melhor para efetivar o primeiro contato: o tablado.

Foi nos palcos que conheci a sua força, e nas coxias a sua fraqueza. Deixei que você me conhecesse também, e aos poucos tornamos do companheirismo uma amizade sem limites.

De repente, para a minha então melhor amiga, eu contava todos os meus segredos, desabafava os meus receios e só ela conseguia interromper o meu sofrimento e de zero a cem me fazer sorrir, talvez até gargalhar.

Sentia-me culpado, às vezes, por não ter tanto a oferecer como você tinha. Mas a minha simplicidade e o meu jeito tosco de ser já bastavam para você confiar em mim e dizer sem pensar duas vezes: “Di, você é o meu melhor amigo!”.

Quando é mútuo tudo se torna mais fácil.

Foi quando percebi que o sentimento, quando brota dentro do coração, faz acontecer sintonia entre um publicitário-louco e uma jornalista-em-crise. Ou entre dois atores-de-meia-tigela uma proximidade infinita.

Em uma escada, agora sozinhos e tímidos – nós dois.


“...em cada canto eu vejo o lado bom.”